* LAMENTO CIGANO *
sábado, 31 de maio de 2014
Dizem os ventos que as marés não dormem esta noite.
Estou assustada à espera que regresses.
As ondas já engoliram a praia mais pequena e entornaram algas nos vasos da varanda. E, na cidade, conta-se que as praças acoitaram à tarde dezenas de gaivotas que perseguiram os pombos e os morderam.
A lareira crepita lentamente.
O pão ainda está morno à tua mesa.
Mas a água já ferveu três vezes para o caldo.
E em casa a luz fraqueja, não tarda que se apague.
E tu não tardes, que eu fiz um bolo de ervas com canela; e há compota de ameixas e suspiros e um cobertor de lã na cama e eu estou assustada.
A lua está apenas por metade, a terra treme.
E eu tremo, com medo que não voltes.
- Maria do Rosário Pedreira -
quarta-feira, 28 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de maio de 2014
DECEPÇÕES MUDAM SENTIMENTOS
MENINA CIGANA
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